Blogs e jornalismo: análise do Conversa Afiada
Por Fernanda Graim, Antônio Júnior
Natascha Damasceno e Nathália Dourado
História
O webjornalismo surgiu nos Estados Unidos no início dos anos 90. Em princípio, era uma simples versão, no computador, dos grandes jornais impressos americanos. Ou seja, os jornais reproduziam seus textos na internet. Numa segunda fase, ainda atrelado ao conteúdo dos impressos, os recursos da internet passaram a ser melhor explorados pelo jornalismo, com o uso de links e e-mails (com ele, você não só se comunica diretamente com a pessoaa, como troca qualquer tipo de arquivo de computador, como foto, áudio, vídeo, texto, animação).
Na metade da década de 90, algumas características exclusivas da internet passaram a ser usadas com freqüência nos sites. Além dos textos e da hipertextualidade, as matérias passaram a ser editadas com complementos como áudio e vídeo. Tais recursos deram um contexto de metalinguagem ao webjornalismo, já que reunia conceitos de outros veículos como a imagem do telejornalismo, o aúdio do radiojornalismo e as técnicas do jornalismo impresso.
Características
Entre as principais características do webjornalismo estão a interatividade, instantaneidade, hipertextualidade, multimidialidade, memória e personalização.
Interatividade (feedback) – As mídias tradicionais sempre tiveram algum tipo de interatividade, como nas seções de cartas de jornais e TVs e nos telefonemas para programas de rádio (talk radio). Agora, é através dos e-mails ou formulários de pesquisa e opinião, que o leitor passa a fazer parte do processo jornalístico na internet. Dessa maneira, os sites jornalísticos mantém seções de chat, fórum e de opinião onde textos dos internautas são editados no jornal.
Instantaneidade - O grau de instantaneidade – a capacidade de transmitir instantaneamente um fato – das publicações em rede aproxima-se do atingido pelo rádio, o mais alto entre as três mídias tradicionais, seguido por TV e jornal. É muito rápido, fácil e barato inserir ou modificar notícias em formato binário. Apesar disso, algumas falhas podem ser detectadas, principalmente por conta da rapidez, já que muitas vezes a informação deixa de ser apurada da maneira mais completa. Em alguns casos, a falta de uma conferência anterior a publicação online também provoca a existência de inúmeros erros de português. De posse de um lap top, um telefone celular e uma máquina fotográfica digital, o jornalista se torna uma "redação ambulante". Durante a cobertura de shows, ocorrências policiais e, até mesmo, de guerras, o jornalista pode editar sua matéria e disponibilizá-la no site de notícias.
Hipertextualidade – Segundo a enciclopédia coletiva Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal), "Uma hiperligação, ou simplesmente ligação, é uma referência em um documento hipertextual para outro documento ou recurso”. Assim, o internauta começa ler uma reportagem sobre o tema e, logo em seguida, pode estar navegando num site diferente lendo outros textos de outros autores para ter mais informações sobre o tema de interesse. O uso de hiperlinks em conteúdo multimídia (áudio, vídeo, fotos, animações) é chamado de hipermídia. Mídias tradicionais também usam hiperlinks, como o sistema de sumário e número de páginas de livros, os sistema de organização da Bíblia, as chamadas de capa de jornais.
Multimediação, multimedialidade ou convergência – o webjornalismo reúne vários elementos de segmentos diferentes do jornalismo num mesmo veículo; dessa forma, um site de notícias pode apresentar texto, imagem, áudio e animações.
Memória (perenidade) – Também conhecido como arquivamento ou memória. O material jornalístico produzido online pode ser guardado indefinidamente. O custo de armazenamento de informação é barato. É possível guardar-se grande quantidade de informação em pouco espaço, e essa informação pode ser recuperada rapidamente. No telejornalismo o acervo tem que ser feito através de outros meios como o vídeo cassete e a fita de vídeo; no radiojornalismo, através de um gravador e fita cassete; e no jornal impresso há a necessidade de um espaço físico e o risco de deteriorização do material arquivado. No webjornalismo, há a possibilidade de ter um arquivo como uma seção do próprio site. Além de economia de espaço e tempo, também há uma economia financeira.
Personalização – Neste aspecto, o webjornalismo evidencia ainda mais a segmentação da notícia, aplicada nos impressos através dos cadernos de editorias específicas como turismo, economia, cultura, entre outros. Como toda a informação está sendo tratada por computadores, é rápido colher informações sobre usuários/leitores e oferecer a mídia que mais interessa a ele. Esta personalização de conteúdo pode se realizar de diversas maneiras:Muitos sites de informação e serviços (portais) permitem que o leitor escolha temas que lhe interessam e receba apenas notícias sobre eles, ao acessar a página. Um bom exemplo é o News Is Free, Netvibes ou Google News. Também é comum que se assine newsletters sobre assuntos específicos. O sistema RSS vem se tornando bastante popular como forma de filtrar apenas informações que o leitor acha relevante.
Aliada à multimídia, a personalização de conteúdo permite a programação de servidores de mídia, que podem escolher qual informação enviar conforme as preferêncis do usuário que solicita. Por exemplo, um vídeo de qualidade mais alta é escolhido automaticamente pelo servidor Helix da Realmedia se o usuário tem banda larga. Se tiver conexão telefônica, a mídia enviada tem qualidade mais baixa.
Outros aspectos
O jornalismo on-line, muitas vezes produzido em ‘tempo real’ não se preocupa em checar ou aprofundar uma informação. Tudo pode virar nota e ser transmitido o mais rápido possível. Assim, o número de erros cometidos se multiplica. Se acontece um acidente, o número provável de vítimas é logo publicado. Com o tempo, os jornalistas vão retificando até chegar ao número correto.
Uma segunda questão está nas implicações que a prática de reproduzir informações publicadas em outros meios tem sobre os direitos autorais dos jornalistas. Segundo o pesquisador português, Helder Bastos (2000), com o crescimento da internet, os jornalistas perdem o controle sobre a sua obra. Mas à medida que a prática de copiar e reutilizar o material do concorrente torna-se usual, os jornalistas vão se importando menos com isso. Responsável pela publicação de várias notas por dia, quase nunca assinadas, o jornalista não se identifica com o produto. Não há nenhum sentimento de posse pela matéria. Para ele, ser pirateado é uma prática lícita, desde que ele possa fazer o mesmo.
Uma conseqüência direta desse processo é a incapacidade do leitor de confrontar informações de diferentes mídias. Com o mimetismo (midiático, por assim dizer), o conceito de veracidade entra em declínio: uma notícia se legitima a partir do momento em que todas as mídias a reproduzem.
Pirâmide invertida nacibernotícia:
argumentos pró e contra
Consiste na hierarquização das informações do mais para o menos importante. Os acontecimentos não são relatados por ordem cronológica, mas sim por ordem de importância. A cabeça, ou lead, da notícia deverá conter a informação mais relevante, reservando-se para o corpo da notícia os complementos e/ou pormenores (a redução da largura da pirâmide corresponde ao decréscimo de importância).
Argumentos pró
O essencial é: “ter capacidade para contar num parágrafo o que se passa”. Desde 1996, Jackob Nielsen vem defendendo que a pirâmide invertida continua a ser a mais adequada técnica de construção de notícias na web, porque os ciberleitores mudam rapidamente de página e querem captar de imediato o essencial no lead, fazendo depois um “varrimento” visual (leitura na diagonal) do corpo da notícia.
“Ir direto ao ponto, numa redacção de estilo conciso, só ajuda a comunicação num meio nervoso e interativo como a web, especialmente ao se tratar de hard news, das notícias de última hora, que são o forte do jornalismo online na fase atual”.
Há, ainda, o conceito de “pirâmide convergente”, juntando texto, imagem e som, e estruturada como a pirâmide invertida clássica. Esta técnica tem importância na difusão de notícias para telemóveis (através da tecnologia SMS) e para os pequenos computadores de bolso (PDA). O escasso espaço disponível obriga ao uso de textos muito curtos e diretos. É interessante colocar as informações mais importantes no topo da matéria, é melhor no espaço online pois tem pessoas que não olham sequer o segundo parágrafo. Já no rádio e na TV, por exemplo, os telespectadores e ouvintes podem ser conduzidos mais “suavemente” para a história, digamos assim.
Argumentos contra
“No webjornalismo não faz qualquer sentido utilizar uma pirâmide, mas sim um conjunto de pequenos textos hiperligados entre si”. “No webjornalismo a pirâmide é substituída por um conjunto de pequenos textos hiperligados entre si” (Canavilhas: 2003). Canavilhas aludia a um estudo do Media Effects Research Laboratory, publicado em 1992, que indicava que “os utilizadores preferem navegar livremente num texto separado por blocos, a seguir obrigatoriamente a leitura de um texto compacto seguindo as regras da pirâmide invertida”.
“Um meio hipertextual como a web exige começar a utilizar formatos que aproveitem a possibilidade de fragmentar o discurso informativo, e de criar, portanto, níveis de profundidade documental. E a pirâmide invertida, um formato intrinsecamente monolítico, não facilita esse trabalho”.
Mario García (Torres, 2004: 112) acredita que a pirâmide invertida virá a ser substituída na Internet por outra técnica redatorial, a que chama “taça de campanhe”: “(…) a história flui graciosamente, apertando-se para um ponto de interesse ou de excitação”. García explica que, neste formato, a história é contada em pequenos pedaços (chunks), com a excitação renovada mais ou menos em cada 21 linhas, o que ajuda o leitor a manter o interesse ao longo de toda a história, à semelhança do que acontece com um romance.
María Bella Palomo Torres (2004: 114) afirma que “a redação na Internet é um estilo híbrido entre a escrita convencional e a expressão oral”, pelo que há autores que recomendam uma linguagem mais coloquial e textos abertos à interatividade, à espera da contribuição do ciberleitor.
De qualquer forma, o ciberleitor tem de ter o direito de “consumir” apenas o que quer e seguir o trajecto que mais lhe atrai, construindo a sua própria pirâmide invertida.
A identidade de webjornalista
Partimos da aplicação e adaptação para a produção na Web do conceito francês de ‘jornalista sentado’ (journaliste assis). Segundo Erik Neveu (2001: 07), o termo é utilizado para designar “um jornalismo mais orientado ao tratamento (formatação dos textos de outros jornalistas, gênero editorial ou comentário) de uma informação que não é coletada pelo próprio jornalista”. O journaliste assis se contrapõe ao journaliste debout ou o ‘jornalista de pé’ que se dedica à coleta de informações por meio do contato direto com as fontes.
O termo quer dizer que o jornalista investe na produção de informações a partir do material de agências de notícias, da adaptação de releases e avisos de pauta enviados pelas assessorias de imprensa e pela utilização de serviços de rádio-escuta e TV-escuta. A alimentação de determinados sites baseia-se, portanto, num modelo que dispensa a apuração convencional.
Mas, em que medida, um jornalismo ‘sentado’ pode vir a se configurar num novo status profissional? Em que sentido, critérios e valores que costumam balizar a produção jornalística tradicional vão se configurar na produção on-line?
É interessante observar que o trabalho do ‘jornalista sentado’ é solitário e independente. Fora as reuniões semanais de pauta e avaliação com a chefia e os coordenadores de outros produtos do site, praticamente não há interferência externa no seu trabalho. Essa maior autonomia, teoricamente, levaria à produção de um discurso mais interpretativo. Mas a necessidade de alimentar constantemente as ‘turbinas da informação’ impede a concepção desse discurso. A internet representa o fim do distanciamento analítico da informação.
O resultado é a publicação de notícias a conta-gotas, de informações ainda sem confirmação e de notas praticamente irrelevantes do ponto de vista do internauta como, por exemplo, a divulgação da agenda diária do presidente Lula.“A minha atividade é a informação. Então a internet, para mim, é um instrumento para isso. Já trabalhei em jornal, revista semanal, revista quinzenal; já trabalhei em jornal diário. Então, no fundo eu estou fazendo a mesma coisa (...), acrescido que a internet me dá acesso a um público que normalmente eu não teria acesso. É um público que tem um certo ceticismo, uma certa descrença com a mídia tradicional. É com esse público que eu falo” (Paulo Henrique Amorim, Responsável pelo site UOL News, numa, entrevista em janeiro de 2002).
No ambiente da rede, é possível acumular as funções de repórter, redator e editor, ou seja, uma mesma pessoa pode levantar, apurar, elaborar, suprimir e acrescentar partes, redirecionar o texto na linha que lhe aprouver e ainda difundi-lo instantaneamente pela internet. Nada mais propício ao surgimento de novos emissores, novos jornais online, novos espaços interativos.
Aqui está a chave de um outro tipo de novo jornalismo. Um jornalismo independente dos grandes meios de comunicação e, em geral, sem ter a intenção de competir com eles, pois trabalha com uma informação diversa daquela priorizada pela grande imprensa. Um jornalismo feito por qualquer cidadão (individualmente), por entidades coletivas de interesse social (associações comunitárias, entidades filantrópicas, sindicatos, organizações não-governamentais etc), por organizações de comunicação independentes (Le Monde Diplomatic, Slashdot etc), que se dedicam a uma comunicação voltada para interesses específicos com finalidade pública...
As possibilidades de uma comunicação não-linear e interativa, juntamente com outras potencialidades do ciberespaço, como a transmissão em tempo real, abundância de informações, convergência de linguagens e uma comunicação de todos com todos, ou de muitos com muitos, simbolizam transformações qualitativas na praxis da comunicação e do jornalismo online em particular. As rotinas produtivas no jornalismo e as relações dos cidadãos com a mídia são alteradas. Uma vez situado num contexto mais amplo de negação às práticas midiáticas condicionadas por interesses que se sobrepõem aos interesses da sociedade no seu conjunto, tal movimento pode estar buscando a constituição de uma nova qualidade do jornalismo, tendo por parâmetro a imparcialidade, a fidedignidade, o pluralismo, a democratização da comunicação e o compromisso com o interesse público.
Blogs: ferramentas úteis ao jornalismo
Blog é um termo criado pela abreviação da união das palavras inglesas Web (rede) e Log (diário de bordo). Na versão básica é, portanto, um diário eletrônico publicado via internet. Similar a um site, sua popularidade se deve a dois fatores: facilidade no manuseio e possibilidade de interatividade. Para criar e manter um blog não são necessárias linguagens de programação nem códigos complicados. Basta preencher um formulário com o texto a ser publicado, e clicar sobre o botão “publicar”. E pronto, o texto já está na rede. Muitos fatores podem levar uma pessoa a criar um blog. Mas “a possibilidade de escrever livremente e com a chance de criar um clima de conversa de redação na web”, como afirma o jornalista Luís Fernando Pereira, é que motiva a paixão de grande parte dos jornalistas pelos blogs.
Criado como uma ferramenta para publicação de diários pessoais na internet, os weblogs, ou simplesmente blogs, estão sendo cada vez mais usados por jornalistas para publicar, de forma ágil, informações e opiniões. “Seu formato força o jornalista não apenas a mostrar o trabalho pronto, a reportagem, mas também o processo no qual vai descobrindo novos dados e quais curiosidades o motivam. ‘Blogar’ é, antes de tudo, compartilhar: pensamentos e informações”, afirma o editor de AcessoCom na matéria “Blogs mudarão o formato do jornalismo on-line?” de 26 de junho. É notória a agilidade de informação que os blogs proporcionam. Por não estarem vinculados operacionalmente a um padrão editorial de nenhum veículo e seus departamentos de produção de conteúdo, é fácil perceber como o uso dos blogs como ferramenta de informação e divulgação tem crescido.
O jornalismo já acordou para o poder dos blogs e a maioria dos grandes jornais tratou de “profissionalizar” o meio, disponibilizando espaços para articulistas de suas equipes editoriais. Departamentos de mídia de agências também investem no potencial desse canal e vêm adaptando formatos e ações a essa realidade. Ninguém duvida mais do poder dos blogs jornalísticos na disseminação de informações que a grande mídia não pública. A questão da credibilidade – muito comentada no início da atividade blogueira – vem sendo naturalmente resolvida como em qualquer outro veículo de mídia: permanecem e ganham público aqueles que se pautam pelas diretrizes do bom jornalismo - ética, checagem, fontes confiáveis e informações corretas.
No entanto, alguns dos profissionais da área, afirmam que é impossível checar a credibilidade dos blogs, levando-se em conta o fato de a maioria deles ser produzida por jornalistas independentes ou amadores sem formação profissional. Outro fator que alimenta a desconfiança dos profissionais da grande imprensa é a qualidade das informações transmitidas pelas páginas independentes, dada a velocidade com que são passadas adiante e o fato de que 90% das páginas pessoais que lidam com informação jornalística são mais opinativas do que factuais.Eles agem com rapidez, furam jornais, rádios e emissoras de tevê, driblam a censura e amarras governamentais, promovem a liberdade de expressão e acabam trazendo à tona informações relevantes sobre fatos obscuros em eventos como guerras ou regimes ditatoriais.
Steve Outing, editor sênior do Poynter Institute cita diversas formas de uso dos blogs em empresas jornalísticas. Uma delas seria dar a cada repórter, fotógrafo, colunista ou editoria um blog, para publicar as informações adicionais - mas de qualidade - que não coubessem na versão impressa.Outing cita também a possibilidade de publicação, nos blogs, do trabalho completo de reportagem fotográfica, que nunca acompanha a matéria impressa por ficar resumido a uma ou duas fotos. O blogs também permitem que o jornalista revele ao leitor todo o processo de realização das matérias, principalmente de reportagens, e não somente o texto final. A principal contribuição dos blogs jornalísticos é oferecer outras fontes e ângulos para as notícias publicadas nos sites de notícia. Leitores de blogs encontram dados que não estão na grande mídia.
No Brasil, o UOL já coloca manchetes com notícias provenientes dos blogs. São os sites pessoais ganhando a credibilidade das grandes empresas de comunicação.Um dos primeiros weblogs a fazer sucesso aqui, no Brasil, foi o Samizdat, de Guilherme Kujawski. Jornalista de tecnologia da revista Carta Capital, Kujawski decidiu criar um blog para publicar o que não tinha espaço na revista. E abriu o caminho.
Sites brasileiros como o NoMínimo e Último Segundo já contam com blogs para comentar notícias ou interagir com os leitores. Colunistas, como Cora Rónai, de O Globo, também vêm usando blogs para publicar seu trabalho na versão on-line dos jornais.
Os anúncios nos blogs também tendem a valorizar cada vez mais, o que pode ser uma fonte de renda para o jornalista. Tome-se como exemplo o caso do jornalista Ricardo Noblat, cujo blog foi citado como fonte em depoimentos da CPI no ano passado. Pois de acordo com a credibilidade que o bloger vai criando ele passa a ser um filtro para seus leitores. Pois indica outros sites e blogs que o leitor pode acessar a partir de um link em sua pagina. As pesquisas indicam que o fator principal de acesso aos blogs é a procura de uma opinião diferenciada da grande mídia. Com um bom conteúdo e com visitações constantes, um jornalista online pode sobreviver só com receitas publicitárias.
Conversa Afiada: blog de
Paulo Henrique Amorim
Em nosso trabalho, analisamos o blog do jornalista Paulo Henrique Amorim, o Conversa Afiada (acessado pelo endereço http://conversa-afiada.ig.com.br/ ), por ser um blog um pouco diferente dos demais. Ele tem uma estrutura melhor desenvolvida e utiliza recursos mais modernos para ilustrar seus textos, como áudio e vídeo.
Pela classificação de Sônia Aguiar, percebemos que ele é um site de terceira geração, pois possui um projeto editorial feito para a internet, atualiza-se com um intervalo de tem po reduzido e, além de utilizar textos e fotos, como já dissemos, usa recursos áudio-visuais.
A primeira página se apresenta em três telas. Nela, quando acessamos o blog, sempre abre uma notícia em vídeo ou áudio, mesmo que não queiramos ver ou ouvir. Ao lado, são postas as quatro notícias mais atuais, porém elas não têm uma ordem lógica (crescente ou decrescente), elas obedecem a uma hierarquização imposta pelo jornalista.
Mais embaixo, temos quatro destaques e um deles sempre é um comentário do internauta, que, às vezes é respondido por Paulo Henrique e também fica entre os destaques. Logo depois, ficam armazenadas cinco notícias mais antigas.Na coluna da direita, encontramos uma foto de Paulo Henrique que ajuda a destacar que, naquele endereço, vamos encontrar um jornalismo opinativo. Isso é reforçado pelo link “Não coma gato por lebre”, onde encontramos o seguinte texto:
“O Conversa Afiada é um site de informação e opinião. Nesses tempos de intensa polêmica sobre o papel (lamentável) da mídia na campanha presidencial que passou, é importante fazer as seguintes observações para que o internauta não se deixe enganar. O Conversa Afiada não gosta de:
1) FHC
2) Daniel Dantas (1 e 2 são fenômenos da mesma natureza, como breve se demonstrará).
3) Rede Globo
4) Imprensa farisaica (3 e 4 são fenomenos da mesma natureza, como ficou luminosamente demonstrado na última eleição).
5) O Corvo do Lavradio
6) Ronaldo dito “o fenômeno”
7) C. R. Flamengo
8) Quem fala mal do Rio
9) Quem fala mal de nordestino
10) Brasília
11) Pós-moderno
12) Dry Martini com uma gota a mais de Martini
13) SUVs
14) Filme de terror
15) Amsterdam Avenue
16) Urna eletrônica
17) Gatos”
Encontramos ainda duas enquetes, que costumam ter um teor bem irônico, e a coluna “Solte o verbo”, onde o internauta dar a sua opinião. Por esses recursos podemos perceber que a interatividade é algo bastante presente no Conversa Afiada. Paulo dá destaque, como já citamos, a alguns e-mails do leitor, responde-os e, além disso, ao final de cada notícia, o internauta também pode fazer o seu comentário.
Ainda na coluna da direita, encontramos hiperlinks que levam para sites com os quais o bloger simpatiza ou que têm algum destaque citado por ele no meio das notícias. Esses hiperlinks, em sua maioria, não abrem novas janelas, mas isso não é muito regular.
Na parte superior da primeira página também encontramos cinco abas (home/notícias/podcast/vídeos/busca) que permanecem em qualquer página do blog, o que não nos deixa perdidos sem saber como voltar para o lugar de onde partimos.
Apertando na opção “home” ficamos na primeira página. Na “notícias”, encontramos um grande arquivo de notícias, além daquelas da primeira página. O Conversa Afiada usa, basicamente, três modelos de notícias: um texto curto corrido; o “máximas e mínimas”, que se apresenta em tópicos; e uma entrevista com introdução. Entretanto essas entrevistas são, normalmente, muito longas (quatro ou cinco telas), achamos que o melhor seria se ele deixasse apenas o texto de apresentação do assunto e disponibilizasse um link para a entrevista.É importante destacar que todas essas notícias vêm ilustradas por fotos, além de possuírem hiperlinks que levam para outras páginas com assuntos relacionados às notícias, ou que levam para áudios e vídeos. Elas também podem ser impressas, enviadas e comentadas pelo internauta.
Nas opções “podcast” e “vídeos”encontramos arquivos áudio-visuais. Eles sempre começam com o jornalista dizendo “Olá, tudo bem? Seja bem vindo à Conversa Afiada”, o que faz o internauta se sentir mais próximo do bloger, parece estarmos vendo ou ouvindo notícias produzidas por um amigo que está na nossa casa. Paulo Henrique usa a credibilidade conquistada com anos no jornalismo para isso.
Esses arquivos podem chegar a mais de dez minutos, uma marca importante da internet, pois no rádio ou na televisão o tempo das notícias é reduzido. E, lembrando outra vez a questão da interatividade, na opção “vídeos”, o internauta também pode postar o seu, usando ferramentas semelhantes ao “Youtube”. Porém a qualidade do podcast e dos vídeos não é das melhores, precisamos ter um bom computador e uma internet banda larga para usufruirmos desses recursos. Além disso, eles não estão atualizados.
Apesar desses e outros problemas, acreditamos que o jornalista sabe usar muito bem vários dos recursos oferecidos pelo mundo da tecnologia, utilizando-se de modernas ferramentas. Falta apenas aprimorá-las e manter uma certa regularidade na organização do blog.
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