Thursday, January 04, 2007

G1: jornalismo de terceira geração?


















Por Adriana Fradique, Alex Damasceno,
Bruno Rhuan, Rosana Itaparica
Curso de Comunicação Social da UFPA



Introdução

Norteados pelos conceitos de Sonia Aguiar, extraídos do Curso PIATAM de Jornalismo para a Internet, tentamos conflitar as informações com a prática e avaliar até que ponto o jornalismo feito sob a interface da web é de fato feito para a internet e seu público multifacetado e não-específico.


A não-especificidade se justifica pelo usuário de internet ser cada vez mais global e não se restringir à hipermídia. O usuário mantém vínculos com a maioria das mídias tradicionais e navega na rede imerso em outros modos de comunicação que se interligam e engendram. Tudo isso a partir de sua residência.

Para a análise, escolhemos o site de notícias G1 do portal globo.com, de propriedade da família Marinho. Utilizando-se do método de comparação entre a conceituação de Sonia Aguiar e o uso prático, a proposta desta análise é mapear o curso do site G1 rumo a construção de uma linguagem própria da web, com a convergência de texto, som e imagem.

Características fundamentais à classificação de um bom jornalismo feito para a internet serão postas à prova permitindo o entendimento do que se almeja para um futuro próximo nesta mídia tão recente.

O site G1, objeto de nossa análise, entrou na rede em 18 de setembro de 2006, sob grande divulgação da empresa Globo, da qual faz parte. A empresa decidiu disputar o mercado dos grandes conglomerados de internet fomentando seu caráter mais deficiente na hipermídia, que seria o jornalístico, segundo análise da alta cúpula da empresa.

Inaugurado há poucos meses, o site é considerado uma boa página de notícias, ganhou visibilidade, principalmente, no período de eleições através das veiculações, em tempo real, dos boletins eleitorais.


Os múltiplos modos de comunicação,
multilinguagens da interface

Os computadores não são apenas suportes da comunicação como se nota nas demais mídias, eles vão além e mostram-se como interfaces, onde múltiplos modos de comunicação são possíveis. A hipermídia propicia um envolvimento à distância e a comunicação ganha possibilidades. A unilateralidade tão apontada como o problema dos meios tradicionais deixa de ser uma condição e passa a ser um entrave removível sob pena de extinção na rede.

O Brasil é um país de apaixonados pela internet. Está entre os 15 maiores países em número de conexões no mundo, segundo dados do IBOPE/net. Há os que afirmam que até o final do próximo ano a banda larga deve chegar a todos os municípios do país. Diante de um crescimento tão promissor, as empresas perceberam o quanto a hipermídia é fundamental e que os consumidores exigem esse ajuste, essa nova maneira de se relacionar com o seu fornecedor, seja ele de notícias, como no jornalismo de internet, seja de eletro-eletrônicos. As empresas seguem seu consumidor que também é o usuário da internet, que tem muitas outras faces e que a vê como uma ferramenta da qual pode usufruir para realizar suas compras, para o entretenimento, para informar-se e, ainda, formar-se.


A busca pela convergência:
som, texto e imagem

A hipermídia pertence a todos e a ninguém, o acesso às informações é irrestrito e por isso não pode se compor por códigos indecifráveis, a linguagem para a internet precisa ser própria para o meio, mas não circunscrita a esse meio. O usuário precisa ser atraído, precisa se sentir confortável para passar algum tempo em frente a interface da web e para tanto é necessário que os recursos sejam
explorados o máximo possível. É sob esse prisma que devemos observar as construções para a web e, de uma maneira mais direcionada, o jornalismo de internet que além de buscar essa convergência (som, texto e imagem) deve primar por ser sempre de caráter noticioso, de interesse público e imediato.

No G1, vertente noticiosa do portal globo.com, se percebe uma preocupação em atender ao que definimos como caracteres básicos para um jornalismo razoável de internet, com ressalvas é claro.


Internet: uma linguagem
ainda em construção

Na denominação de Sônia Aguiar, o G1 pode ser considerado jornalismo online, por manter um plantão como destaque de sua página inicial. Além disso, por utilizar a interface da web, ele pode ser categorizado como “webjornalismo”. A produção e veiculação de conteúdos jornalísticos em formato digital o credencia a ser jornalismo digital.

Aqui cabe fazer um comentário: o G1 não produz material especificamente para Internet. Todo conteúdo de imagem veiculado pelo site é, na verdade, a digitalização daquilo que foi produzido a priori para a televisão, ou seja, o G1 se encaixa na conceituação de jornalismo digital graças ao adendo de “digitalização do acervo audiovisual analógico”.

Em termos de processo de produção, Sônia Aguiar identifica 3 gerações: na primeira, temos apenas a conversão para o formato digital dos jornais impressos, isto é, ele é apenas recodificado. Na segunda geração, já há uma produção efetiva do que é veiculado pelo site. Há um arranjo espacial pensado (webdesign), critérios de edição, utilização de hipertexto, recursos de interatividade e de memória. Já a terceira geração é aquela na qual os projetos de editoração são colocados em prática especificamente no ambiente virtual.

Algumas críticas podem ser colocadas a esse modelo de raciocínio:“O jornalismo está em sua terceira geração”: na verdade, alguns projetos se encontram nessa terceira geração, mas a grande maioria dos sites ainda se prepara ou está tentando passar para a segunda geração, haja vista que eles não são específicos para a Internet, logo não são de terceira geração, nesse caso, ser de segunda geração não deve ser considerado um atraso.

Tampouco se deve isolar as gerações. O fato de estar na primeira geração não significa que esse site não possa ter características da segunda geração, por exemplo.

O G1 pode ser considerado de 3ª geração, pois é um projeto/ veículo específico para a Internet, todavia, ele (como dito anteriormente) não produz material com uma linguagem pensada para a rede, ele apenas recodifica o material audiovisual produzido para a televisão. Ora, se apenas a recodificação do jornal impresso o faz permanecer numa teórica primeira geração e deve-se acreditar que a não-produção de material com linguagem própria o mantém numa terceira geração, logo, haverá uma quarta geração? E que linguagem essa quarta geração trará?


Características que afetam
os conteúdos jornalísticos

A forma da busca pela informação na Internet se dá de forma diferente em relação a outras mídias. Assim, a informação também é diferenciada. As características desse novo meio personalizaram a busca pela notícia e alteraram assim, as produções jornalísticas no que diz respeito a outros meios.

Essa mudança se dá com a criação de um ambiente hipermídia. Um ambiente onde o usuário pode acessar de forma livre os conteúdos, na ordem que bem deseja, sendo disponibilizado conteúdos que provêm das outras mídias (impressa, radiofônica e audiovisual). Outra característica desse ambiente é uma redefinição do “tempo jornalístico”. Uma mudança de “tempo real”, para “tempo virtual”. Veremos isso melhor mais à frente, quando partirmos para a análise do G1.

O portal de notícias da Globo cria esse ambiente hipermídia, auxiliado de diversas ferramentas.

Hipertexto

A hipertextualidade é a propriedade que um texto tem de se conectar com outros textos ou recursos. Essa conexão se dá através de links dentro do texto. O G1 oferece esse tipo de navegação ao seu usuário. Durante a leitura de uma matéria, ou de uma notícia, o G1 oferece links em palavras sublinhadas e na cor vermelha.

Esses links podem levar o usuário para outras matérias ou para vídeos. Em outros casos, quando uma instituição é citada no texto, o link com o site da instituição abre em uma nova janela. Ou seja, os links que geram a hipertextualidade do site, nunca fazem com que o site seja fechado.

O G1 pode ser explorado de forma não-linear, de acordo com a vontade do usuário. O caminho a ser seguido depende apenas de suas escolhas. Não há uma hiperficção, em que o usuário utiliza um sistema de links e sua navegação é controlada por uma caminho já estabelecido. Porém, ao navegar pelo G1, nota-se que não existem formas de orientação pelo caminho seguido. Quando se clica em um link, o mesmo não se altera (não muda de cor, a forma mais comum de mutação). Portanto, durante a navegação pelo G1, pode-se entrar mais de uma vez no mesmo link. Não há orientação nesse sentido.

Convergência de mídias

O portal traz links de diversos sites de órgãos da imprensa. São ao todo 22 links, 8 de jornalismo impresso, 12 telejornais e 2 links de rádios. Porém, isso por si só não representa uma convergência de mídias.

Convergir mídias significa oferecer de forma unida seus conteúdos e características. O G1 oferece conteúdo em três tipos de formatos: texto, foto e audiovisual. Em algumas matérias os três são oferecidos ao mesmo tempo. Porém, o G1 não produz conteúdo audiovisual, apenas recupera matérias veiculadas em telejornais da Rede Globo. É até possível ver o apresentador do jornal lendo a cabeça da matéria.

Com isso, percebemos que é deficiente a convergência nesse site, apenas reproduzindo conteúdos já veiculados e não produzindo novos mecanismos para apoiar a informação.

Muiltidirecionalidade

O G1 tem muitas ferramentas para atingir receptores que estejam fora do portal globo.com. O primeiro através da opção “Alerta de notícias”, o usuário pode fazer o download de um aplicativo que faz aparecerem, vinte e quatro horas por dia, janelas com notícias do G1 na área de trabalho. Ou seja, para se manter informado pelo G1, nem se precisa entrar no site. Nesse caso, pode-se escolher as notícias das editorias do interesse do usuário.

Outra ferramenta é o “G1 no seu celular”. Através dessa opção, recebem-se notícias do portal, como mensagem de texto no celular. Basta enviar uma mensagem (de custo de R$ 0,31) para o número de telefone referente ao site, com uma palavra chave, ou o nome da editoria que se quer receber a notícia.O G1 fornece também, para sites ou blogs, o conteúdo de seu “Plantão”, na opção “G1 no seu site”. Dessa forma, donos de blogs podem oferecer conteúdo do G1, através de seus blogs. Com isso, o G1 disfarça propaganda como serviço e consegue atrair mais leitores.

Tempo

Outras mídias se baseiam em uma informação veiculada em espaços de tempo pré-determinados. Por exemplo, um jornal tem uma edição por dia. Nessa edição, ele cobre as notícias mais importantes que aconteceram até o horário de fechamento do jornal. Com isso, notícias que acontecerem depois desse horário vão para o jornal apenas do dia seguinte. No meio radiofônico, acontece de forma diferente.

Com a possibilidade de estar 24 horas no ar, a rádio pode oferecer boletins de notícias, de meia em meia hora, por exemplo, além da existência de noticiários em seus respectivos horários. Na televisão, as notícias que entram no ar são aquelas que aconteceram até o fechamento da edição. Alguma notícia só entra no ar fora do horário do telejornal se for de extrema importância, é o caso do "Plantão”. Claro que essa análise diz respeito apenas às televisões abertas, já que existem canais fechados que disponibilizam conteúdo em tempo integral.Na Internet, as relações com o tempo têm características completamente diferentes, e no caso do G1 não é diferente.

O G1 disponibiliza todo o conteúdo que já foi veiculado no site, por meio de um banco de dados que pode ser acessado por uma ferramenta de busca. Portanto, a notícia não se perde mais com o tempo e fica eternizada dentro do site. Isso cria uma atemporalidade na informação, a notícia de ontem não se perde. Ela pode ser recuperada.

Essa atemporalidade também pode ser percebida quando o G1 propõe uma atualização contínua, no link “Plantão”. As notícias são escritas e vão direto para o site, causando uma instantaneidade, um jornalismo em “tempo real”. Porém muitas dessas notícias que entram no plantão são “frias”, notícias não muito importantes e que não necessariamente, acabaram de acontecer.

Com isso, essa instantaneidade do G1 é relativa e sua atualização contínua não é eficiente. Em muitos casos a notícia do plantão é atualizada. Ela entra no site com apenas um parágrafo e com poucas informações. Com o passar do tempo ela vai ganhando novas informações e ficando mais completa. Na medida em que o repórter vai se informando, o usuário vai se informando também.


Impactos sobre os
procedimentos profissionais

A primeira conseqüência trazida, não necessariamente pelo G1, mas pela Internet, é uma mudança nas relações do jornalista com suas fontes, com o tempo e espaço para produção de matérias e com o próprio trabalho.

A Internet possibilita uma interação não presencial com a fonte. No caso de uma entrevista, o repórter não precisaria estar no mesmo local que seu entrevistado, bastando que ambos tenham acesso a uma sala de bate papo ou programa de conversação em tempo real. Entrevistas, apurações e possíveis correções na matéria podem ser feitas sem demora através de uma conversa com a fonte via Web.

Já com relação ao tempo e o espaço, a Internet possibilita um quase infinito espaço para publicação. Porém, levando-se em conta especificidades do meio, é preferível um texto mais curto em relação ao comumente produzido no jornalismo impresso. A questão do tempo também é superada. Em TV e rádio o tempo dita a produção das matérias, às vezes obrigando cortes de informações importantes. A Internet também modifica certas rotinas de trabalho do jornalista. Redação, cobertura do fato, de volta à redação, produção da matéria, edição, publicação.

Essas atividades são reordenadas quando se pode publicar texto, foto e vídeo utilizando qualquer computador ligado à rede. A busca por um jornalismo cada vez mais rápido, a elaboração de matérias cada vez mais “quentes”, provoca uma substituição de atividades.

Um aspecto interessante encontrado no G1, além da possibilidade desses outros já citados, é a contextualização do jornalismo. O site permite a criação de um background, uma série de conteúdos multimidiáticos em relação a um mesmo assunto. A segunda matéria em destaque, por exemplo, está relacionada à última nota publicada no Plantão. Além disso, o vídeo de destaque exibe uma matéria de TV digitalizada tratando do mesmo assunto. Além disso, cada matéria possui um histórico anexado, com links para vários outros conteúdos sobre o mesmo assunto.




Impactos sobre os processos
de produção jornalística

Relacionando o site G1 com os processos jornalísticos, surgem possibilidades na construção do texto da matéria, que apresentam hyperlinks para diversos outros textos formando uma rede de conteúdos limitada ao site, pois o G1 não direciona o internauta para outros endereços, a não ser em caso de prestação de serviços (sites públicos, etc.) e mesmo assim o faz através de pop-ups, ou seja, o internauta não sai realmente do G1, apenas é aberta uma nova janela para o novo endereço.

Essa não-linearidade é uma quebra em relação a outros meios. O internauta pode ler um texto sobre cinema e clicar num link que o direciona para uma matéria sobre um diretor, daí parte para outra sobre culinária e assim por diante. O receptor da informação pode, mesmo que de modo limitado, escolher qual caminho seguir dentro do site.

Quanto à organização visual do site, nota-se um padrão um tanto semelhante ao que vemos na primeira página de um jornal impresso. A diferença é que há espaço para destaques de quase todas as editorias e de modo bem organizado. É criada uma identidade na composição da página quando as editorias se encontram sempre na mesma área, identificadas por cores diferentes.

Uma editoria do site chama atenção por não dar informações de valor questionável, como notícias de curiosidades ou estranhezas ao redor do mundo. Vemos mais uma vez uma forma de atualizar o site a qualquer custo, mesmo que seja com informação de pouco interesse.

Tuesday, January 02, 2007

Análise do site “BBC BRASIL”




Por Bárbara Brilhante; Cristiane Oliveira;
Hyury Potter; Vanessa Monteiro
Curso de Comunicação Social da UFPA


Introdução

Neste trabalho faremos a análise da versão brasileira do site da BBC (British Broadcasting Corporation), fazendo uma breve passagem pelo original britânico.

Iniciaremos com um apanhado geral sobre a internet como um ambiente de comunicação e uma linguagem a ainda em desenvolvimento, mas desde já eficaz e promissora. Em seguida, faremos a análise técnica do site propriamente dita: aspectos da notícia, pontos positivos e negativos e o que há a melhorar.

Concluiremos com a análise crítica acerca da finalidade deste site e associações desta realidade com o conteúdo já apreendido na disciplina.


Resumo teórico

Diante da emergência de uma nova forma de comunicação, nada mais natural que o surgimento de dicotomias. No caso das “Novas Mídias”, mais precisamente Internet, as discussões principais giram em torno do destino dos outros meios: Será o fim do livro? Do jornal? Sabemos que não. TV não destruiu o rádio, tampouco o cinema acabou com o teatro. Na realidade as novas tecnologias vêm para conviver no mesmo espaço, o tempo se encarregará de fazer os ajustes e suprimir o que porventura se tornar obsoleto.

A credibilidade é também um outro fator a ser ponderado: com a promulgada instantaneidade da net, o conteúdo é posto xeque, há tempo suficiente para que a apuração seja feita com o rigor necessário? Ou a preocupação com o “tempo real” é a prioridade?

Ressaltemos que a amplitude deste novo meio de comunicar vai além do suporte, é uma interface para múltiplos objetivos comunicacionais: A emissão de mensagens de vários para um, ou de um para muitos: notícias, educação à distância, organização / sistematização do conhecimento, utilidade pública, serviços, publicidade, entretenimento, comunicação institucional, entre outros.

A linguagem jornalística na Internet está ainda em fase de construção e aprimoramento. De acordo com a ênfase dada a cada uma das principais variáveis, é atribuída uma nomenclatura distinta:

- Jornalismo on-line: Veiculação “instantânea” de notícias.


- Webjornalismo: Produção jornalística sob a interface Web

- Jornalismo digital: produção e veiculação de conteúdos jornalísticos em formato digital.

- Jornalismo em rede: designa a convergência tecnológica, profissional e sociocultural que vêm envolvendo a atividade ( blogs, fotologs, comunidades virtuais...).


No que diz respeito à produção, existem três gerações de evolução que existem concomitantemente:

- Primeira Geração:Utilização do conteúdo produzido originalmente para o jornal impresso, apenas recodificado para a interface web.


- Segunda Geração:Produção efetiva para de conteúdos para veiculação on-line, com adoção de design gráfico, critérios de edição específicos para o ambiente virtual, utilização do Hipertexto, recursos de interação com o público e a incorporação de memória como um serviço ao leitor.

- Terceira Geração:Realização de projetos editoriais específicos para a Internet, rompendo com a periodicidade diária e aplicada em intervalos de tempo bastante reduzidos, praticamente de forma contínua.


A BBC e sua história

A BBC é uma emissora pública de rádio e televisão do Reino Unido fundada em 1927. Possui excelente reputação nacional e internacional, sendo freqüentemente considerada a mais respeitada estação de televisão do mundo.

Durante a Segunda Guerra, a BBC desempenhou um papel de grande importância, já que através dela muitos países puderam receber informações sobre o que acontecia no mundo. Dentre eles, estavam incluídos França, Itália e Alemanha, que receberam transmissão do noticiário em língua local.

Foi neste período também que a FEB (Força Expedicionária Brasileira) pôde ser motivo de atenção, quando enviou um correspondente brasileiro – Francis Hallawell – para acompanhar o trabalho dos militares na Itália. Desta forma, o Brasil teve como escutar as transmissões de rádio, também em língua local, sobre os acontecimentos da guerra.

Após esse período, com a BBC já atuando com o português, o espanhol e o árabe, a empresa teve como se expandir e, hoje, possui 43 serviços de línguas.Com o crescimento da equipe, a inclusão da tecnologia globalizada e da comunicação digital, a BBC Brasil deu início, em 1999, à página da empresa na internet.


Características

Apesar da página possuir alcance global, a BBC Brasil.com é um site com caráter de segunda e terceira geração, já que é uma página com extensão da rádio somente em determinados estados, como por exemplo os do Sul e Sudeste, incluindo o Espírito Santo, da Região Nordeste. Para os demais estados, a BBC Brasil ainda é inovadora, tendo seus serviços prestados apenas via internet.

A principal proposta da seção brasileira é a de integrar às notícias veiculadas na página, os diferentes tipos de mídia, desde textos interativos e movimentados, até os benefícios da mídia audiovisual.
O site é composto de tópicos que incluem, além da página principal ou Primeira Página, assuntos sobre economia, ciência e saúde, cultura e entretenimento, uma apenas para assuntos especiais – que se volta para diversas matérias sobre um único assunto, um Fórum de opiniões – onde o leitor pode incluir seu comentário sobre a matéria posta em discussão, Tempo e um tópico com “Aprenda inglês”, que traz assuntos sobre a língua e métodos de como aprender inglês.

No entanto, é importante ressaltar que apenas a Primeira Página possui atualização permanente e diária, de hora em hora, as demais são atualizadas aleatoriamente, o que quebra a visão de instantaneidade do site. Ainda nesta página, três colunistas – Ivan Lessa, Caio Blinder e Lucas Mendes – exibem comentários atuais, que são revezados de acordo com a atualização da página.

Apesar de ser um site com proposta de incluir interatividade durante a leitura das matérias, são poucos os textos que possuem hiperlinks voltados para outros sites, ou outras matérias sobre o mesmo assunto. É incluído apenas um link com “Leia mais” no fim de alguns textos, mas que remetem apenas a matérias veiculadas no próprio site, ou seja, o espectador não tem chance de ler outras opiniões, com visão diferenciada.

A página possui também um Newsletter, em que o leitor pode receber matérias por e-mail sobre os assuntos que lhe interessar e entrar em contato com os profissionais do site através do “Fale com a gente”, mas que, nem sempre é possível utilizar, já que possui uma determinada burocracia para autilizá-lo. Além dele, o receptor pode também enviar por e-mail os assuntos disponíveis no site. Por ser um site com imediatismo limitado e com pouca interação com o leitor, muitos erros podem ser percebidos durante a leitura dos textos, como podemos perceber no texto “Uma dos maiores objetivos da seção...”, exposto no tópico “Sobre a BBC”. Os erros permanecem, sem qualquer revisão e modificação.

Além disso, a página que fala sobre meteorologia não possui alcance de todas as capitais brasileiras, o que mostra que o site não atende, pelo menos, a maioria dos lugares do país.


Conclusão

O que se pode concluir, através desta análise, é que a BBC Brasil está em fase de construção e, por isso, ainda precisa dar espaço para muitas modificações. O site se torna pouco atraente quando retira a principal característica do noticiário on line, que é o imediatismo e a utilização das mais variadas mídias, que são pouco vistas na página.

Ao entender do grupo, o site BBC Brasil, assim como os demais países que possuem sua versão digital, têm como principal (ou único) objetivo difundir a “marca” BBC e a língua inglesa nesses países de atuação. Entretanto, tem como ponto positivo os bons colunistas (Blinder, Lessa e Mendes).